quinta-feira, 29 de abril de 2010

“Ok Computer: Performance tecnológica na virada do milênio”


Luiz Filipe da Silva Correia

Formado na cidade Inglesa de Oxford no começo da década de 1990, o grupo Radiohead começou a carreira usando os recursos do Rock (guitarras, baixo e bateria) para produzir suas canções. Mas em 1997, o grupo lançou o álbum conceitual OK Computer, e como o nome sugere, o tema central será o computador, as conseqüências sociais e culturais provocadas pela massificação e espetacularização tecnológica no final do século XX. As transformações do período ocasionadas pelas tecnologias informacionais trouxeram novas percepções nas relações sociais e culturais, provavelmente interferindo na própria performance artística.
As experiências tecnológicas provocaram mudanças na sonoridade do Radiohead, OK Computer está no meio do caminho entre o Rock e a Eletrônica. Neste álbum são usados inúmeros elementos digitais e analógicos que introduzem interferências e ruídos nas músicas, dando constantemente a impressão de que algo está falhando, com mau funcionamento ou fora do lugar. Apesar disso, cada nota do disco foi pensada cuidadosamente e nada está lá por acaso. Mas mesmo nesse mundo racionalmente e apolineamente pensado, ainda existe espaço para êxtases dionisíacos, como nas performances ao vivo.
Neste texto/fala será feita uma tentativa de perceber em que medida essas transformações tecnológicas podem ter interferido efetivamente na performance musical da banda. E, se é que interferiram, como a performance do grupo na gravação do álbum pode ser vista como fruto de uma experiência contemporânea, em que a própria tecnologia performatiza e media as ações cotidianas; e as relações sociais se tornam cada vez mais fragmentadas. Assim, mesmo que de maneira sucinta, um dos principais objetivos é verificar como os estudos da performance podem ajudar os historiadores da cultura em seu metier.

Palavras-chave: Música Popular; Tecnologia; Sociedade; Performance

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